RÁDIO

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

POESIA

RÉU

Ninguém
não há ninguém!
Apenas o silêncio perdura
preenchendo o espaço escuro onde estou.
Neste momento,
tu despertas lá dentro
e sem que eu te convide
aproximas de mim.

Diante de ti
eu paro, emudeço,
baixo a cabeça só para te ouvir.
Apontas meus erros,
meus tropeços, minhas falhas...
Julgas-me, me acusas,
Roubas meu sono,
Não me deixas dormir!

Até o leito
que outrora
convidou-me a deitar,
agora aquecido, me expulsa
faz-me levantar!

Sei que não posso fugir de ti,
estavas lá quando errei.
por isso, tira-me a paz,
esmagas Minh ‘alma culpada,
interrogas meu espírito abatido,
ameaças e persegues
o meu indefeso ser.

Não há consôlo pra ti,
não há escape,
não há saída,
não há defesa.
E a noite que passa com passos curtos
apenas retarda o dia,
a trégua que o tempo me dar,
pra de novo entrar pela noite
e enfrentar você
que tornará a me acusar.

Clóvis Amaral
Direitos autorais reservados

Nenhum comentário:

Postar um comentário